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sábado, dezembro 31, 2005

Segundos

É notícia. O ano que agora termina vai ter mais um segundo. Os astrónomos fizeram as contas e chegaram à conclusão que a terra está mais lenta. Resultado: atrasaram o relógio. Não podiam adiantar os ponteiros e acabar logo com esta merda? Com honrosas excepções, está feito o tradicional balanço dos últimos 365 dias.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

«Vejo que nenhuma televisão está a filmar o que digo. Não vos interessa...»
Mário Soares, no telejornal da RTP1, em mais uma declaração contra os jornalistas

Adenda: vi as mesmas declarações mais tarde na Sic Notícias

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Papéis que se dão no Metro

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Resposta a uma dúvida que assalta muitas vezes a cabeça de quem gosta de jornais e revistas: quantos exemplares vende a "Maria"? AQUI

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Voz

Prepara-se para ser o primeiro nas urnas, mas já tem o «primeiro site português com capacidade de se ler a si próprio em voz alta». O Para não estar calado associa-se à iniciativa: a Música Estúpida da Semana (à esquerda no écran) será a biografia de Cavaco Silva.

O desespero

Passagem de Ano com o Dr. Mário Soares
Com música popular portuguesa e africana. Inscreva-se já!
Baile Popular, dia 31, no Mercado da Ribeira, Av. 24 de Julho, Lisboa. À meia-noite - passas, bolo-rei e espumante.
Reservas limitadas – 963238906/963238107/aurelia@mariosoares.net
Mais informações, aqui.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

domingo, dezembro 25, 2005

Obrigado Jesus!

A data é simbólica. Na realidade, Jesus nasceu uns cinco anos antes de Cristo – ele próprio. E o verdadeiro dia em que saiu do ventre da Virgem Maria é completamente impossível de determinar. Mas esquecendo esta confusão, fará hoje 2005 (ou 2006?) anos que Jesus Cristo nasceu em Belém, na Judeia. Trinta e três anos depois seria crucificado numa cruz. Antes, terá trabalhado como carpinteiro e feito milagres pela região que é hoje o Estado de Israel.
Se os milagres aconteceram, não sei. Mas uma coisa é certa: Jesus foi importante na minha vida.
Apesar das confusões nas datas, foi por causa de Cristo que nasci em 1981 e morrerei num ano à espera de marcação na lápide. Quem elaborou o calendário com que nos regemos pensava estar a fazer as contas com base no tempo que havia passado desde o seu nascimento.
Sem Jesus, não existiria religião católica. E sem ela, não existiriam mais de metade dos feriados nacionais – 8 em 15. Cristo é o responsável pela Páscoa e pelo Natal, épocas que durante quase duas décadas me deram um mês de férias escolares.
Sem a morte e nascimento de Jesus Cristo, não teríamos ovos de chocolate, filhoses, rabanadas, sonhos, bolo-rei ou perus recheados. Eu, nunca teria montado um presépio ou vivido numa terra chamada Belém a milhares de quilómetros da original em Israel. Os pais natal com as suas renas e Coca-Cola não surgiriam no imaginário de crianças e adultos. As árvores não seriam cortadas e cheias de bolas e outros enfeites fabricados na China. Lojas e hipermercados não lucravam com a venda de presentes e o comum dos mortais só os receberia uma vez por ano quando comemorasse o dia em que ele próprio tinha nascido. O subsídio de Natal, para quem o tem, não passaria de uma miragem. E os funcionários públicos não teriam a principal oportunidade para fazer pontes atrás de pontes alegando ser uma época para estar com a família.

sábado, dezembro 24, 2005

BOM NATAL!

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Pergunta do dia
O Pai Natal não existe?

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Pastorícia

É verídico. Vi hoje à tarde: um pastor e o seu rebanho de cabras castanhas a pastar numa rotunda de Lisboa.

Novelas ou debates?

As novelas da TVI "Ninguém Como Tu" e "Dei-te Quase Tudo" foram os programas de televisão mais vistos na noite que pôs frente-a-frente Cavaco Silva e Mário Soares.
O debate entre os dois políticos que mais tempo estiveram no poder em democracia teve quase metade da audiência que o último episódio de "Ninguém Como Tu": 14,6 por cento de audiência média, contra os 25,9 da novela; e 34,6 por cento de quota de espectadores versus os 67,2 da ficção nacional.
O Soares-Cavaco foi, aliás, apenas o quarto debate com mais espectadores (1,381 milhões) desta série de dez que ocuparam as televisões nas últimas semanas.
O mais visto foi entre Soares e Alegre (1,730 milhões), que tal como as referidas novelas aconteceu na TVI. Os dados apresentados em baixo, com as audiências de cada debate, permitem-nos analisar melhor esta situação. Os valores estão em milhões de espectadores e foram retirados daqui, com base em dados da Marktest.

1 - TVI Soares-Alegre 1,73
2 - SIC Cavaco-Alegre 1,53
3 - TVI Cavaco-Louçã 1,53
4 - RTP Cavaco-Soares 1,28
5 - RTP Soares-Jerónimo 1,18
6 - SIC Cavaco-Jerónimo 1,16
7 - TVI Alegre-Jerónimo 1,16
8 - SIC Soares-Louçã 1,10
9 - RTP Jerónimo-Louçã 1,02
10 -RTP Alegre-Louçã 0,9

Se fizermos a média das audiências nos diferentes canais de televisão, vemos que a TVI foi de longe a que teve mais audiência (1,47 milhões), seguida da SIC (1,26) e RTP (1,10).

Será que uma boa parte dos espectadores não estava apenas à espera da novela?

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Pergunta do dia
Porque é que o prometido Plano Tecnológico de Sócrates já vai no terceiro coordenador nomeado pelo Governo?

quarta-feira, dezembro 21, 2005

O bom rebelde

Ao décimo frente-a-frente (ou lado-a-lado) de candidatos presidenciais, existiu debate em vez de duas entrevistas paralelas. E nada mudou, além das personalidades em questão: um Cavaco Silva à defesa e um Mário Soares a arriscar tudo com um ataque desesperado para tentar inverter as sondagens.
Mas para ter existido debate, Soares teve de quebrar várias das regras assinadas entre os candidatos e as estações de televisão, que criaram um modelo idêntico em todos os canais.
Entre as regras que o ex-Presidente da República prometeu cumprir e ontem "esqueceu" dezenas de vezes, estão:

- «Em cada debate intervêm dois jornalistas e a eles é dada a condução das duplas entrevistas.»
- «As perguntas são feitas pelos jornalistas.»
- «Os candidatos apenas podem ser interrompidos pelos jornalistas, sem prejuízo do direito a uma réplica da parte do candidato oponente no debate.»

Cavaco já podia ter acusado Soares de não cumprir aquilo que assina.


PS. A foto, que não sei se é montagem, foi tirada do blog tintafresca
Pertunta do dia
Porque é que as pessoas pesquisam coisas estúpidas na internet?
(Para quem não leu, aqui)

terça-feira, dezembro 20, 2005

Idades e pantufas

A I República ainda vigorava em Portugal. Salazar dava aulas de Finanças por Coimbra. As mulheres não votavam. África estava colonizada por europeus. Hitler fundava o partido Nazi, ia esperar alguns anos até dominar a Alemanha e a II Guerra Mundial apenas estaria nas visões de uma bola de cristal afortunada. Assim andava o Planeta quando Mário Soares nasceu em 1924.
No debate de hoje, o candidato presidencial apoiado pelo PS não ganhou o meu voto. Mas ganhou a admiração de alguém que, pela idade, nunca o viu debater.
É verdade que as sondagens não lhe davam outra hipótese se não atacar, atacar e voltar a atacar Cavaco Silva sem tréguas naquela que será, provavelmente, a única hipótese de afrontar o anunciado vencedor das eleições de 22 de Janeiro.
Mesmo assim, a força que impôs nesse ataque ininterrupto a Cavaco dificilmente nos deixa lembrar que Mário Soares tem 81 anos e, pela lei da vida, já devia estar de pantufas em casa a ver o final da novela da TVI.
Pode ter-se candidatado por pura ambição política que dificilmente poderia concretizar à medida que vai sendo mais velho. Mas no lugar de Soares uma série de políticos mais novos optaram por ver a ficção portuguesa na televisão.

rita+guedes+bikinis

Como é que os visitantes que caem "de pára-quedas" neste blog vêm aqui parar? A resposta a esta pergunta tem sido um dos meus últimos passatempos.
Por exemplo: há poucos dias alguém veio ao Para não estar calado depois de uma pesquisa com as palavras "rita guedes de bikinis" coladas no motor de busca da internet do MSN (aqui). Na quarta hipótese de um total de 2 986 resultados possíveis, lá estava o link para cabalar.blogspot.com, no seguimento de um texto em que falei da Rita Guerra (aqui), de outro em que falei de bikinis (aqui) e de todos os outros em que assino com o meu nick/nome (Guedes). Pelas pesquisas que entretanto fiz, percebi que o alvo da pesquisa em causa é uma estrela das novelas brasileiras.

Explicado isto, queria dizer ao leitor que não tenho o privilégio de conhecer a senhora Rita. E tendo em conta a quantidade de Guedes que existem deste e desse lado do Atlântico, dificilmente será da minha família. O máximo que posso fazer para satisfazer o seu pedido é apresentar a imagem procurada.
Volte sempre!!!

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Pergunta do dia
O que é o «direito ao trabalho»?

Obrigado José Manuel Barroso

Durante uns minutos esquece que és português. Imagina que nasceste polaco, inglês, checo, italiano, eslocavo ou em qualquer um dos 24 países da União Europeia que não Portugal. E lê isto: «O facto de se ter um português à frente da Comissão Europeia também muito contribuiu para o resultado final» da negociação que o Governo nacional classificou como «excelente» por ter dado a Portugal cerca de dois milhões de contos por dia durante seis anos (ler texto em baixo). A frase é de José Sócrates, que já antes podia agradecer a Durão Barroso o lugar vago deixado em São Bento.
Portugal é o país que mais joga no Euromilhões. Cerca de 100 milhões de euros das receitas do primeiro ano já podiam ter sido gastos a apoiar idosos e pessoas com deficiência. A fortuna está parada por falta de «enquadramento orçamental» (lê-se no Público). Ao menos ninguém pode acusar o Governo de gastar mal o dinheiro.

domingo, dezembro 18, 2005

Pergunta do dia
Porque é que a Europa desenvolvida continua a gastar dinheiro com Portugal?

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A piada

As mãos estão geladas. O aquecedor está ligado. O Pai Natal está quase a entregar os presentes. Um fogo descontrolado queimou durante todo o dia a Serra da Estrela.

Mama, mama, mama

Em Portugal há um mito: durante anos, sobretudo com Cavaco Silva a primeiro-ministro, o país recebeu um milhão de contos por dia da Europa. Hoje, os fundos já não seriam tantos, e os desgraçados dos governos viveriam com muito menos dinheiro além do produzido pela normal riqueza criada pelos portugueses.
Gostava de saber, mas não sei quanto dinheiro Portugal recebeu nesses «anos dourados» da chulisse lusitana. Como normal cidadão que apenas lê as notícias fabricadas nas redacções, limito-me, por agora, a fazer as contas ao que a comunicação social me dá como dinheiro que Portugal vai receber no novo orçamento da União Europeia para o período 2007-2013: 22,5 mil milhões de euros (aqui e aqui). Um valor «excelente» e «ainda melhor» do que aquilo que o Governo nacional esperava, garantiu José Sócrates, que como todos os políticos nacionais pedinchou até à exaustão mais uns euros para o país. Até o PSD bateu palmas ao Executivo PS.
Vamos a contas. Seis anos têm cerca de 2 190 dias. 22,5 mil milhões de euros a dividir por 2 190 é igual a 10 milhões de euros. Ou seja, 2 milhões de contos por dia na moeda antiga. Alguém me explica este enigma?

sábado, dezembro 17, 2005

Pergunta da dia
O que é a «liberdade de aprender»?

sexta-feira, dezembro 16, 2005

O Benfica já tem adversário para os oitavos de final da Liga dos Campeões – o Liverpool. Acabou a festa e o Para não estar calado volta à sua cor original. Com sorte, daqui a três meses voltamos a ter um fundo vermelho.
Pergunta do dia
O que é o «direito à protecção da saúde»?

quinta-feira, dezembro 15, 2005

«Não se irrite»

«Você não tinha o direito de me roubar esse beijo», grita a escrava Isaura na televisão. Os óculos fundo de garrafa de uma velhota gorda olham para o écran, num dos cantos da sala de espera. As outras pacientes olham para o nada, algures entre o pensativo e a resignação.
Dona Maria inclui-se no último grupo. Mais de 70 anos e cabelos completamente brancos, há três meses que tinha pedido uma consulta marcada para as 15 horas daquele dia. Sessenta minutos antes já estava naquele edifício de três andares com as paredes interiores forradas a azulejos de casa-de-banho, mas que por fora parece igual a tantos outros desta cidade-subúrbio com mais de 70 mil habitantes. Um cartaz na sala de espera sugere: «Preserve a vida; Não se irrite».
Dona Maria não está irritada, apesar de durante meses ter tentado várias vezes marcar uma consulta para o próprio dia, ligando, como pedem os responsáveis, a partir das 9 da manhã para um dos quatro números de telefone do centro de saúde. Ao fim de 45 minutos a ouvir um toque acelerado do outro lado da linha, alguém acabava por atender o telefone. E a resposta era sempre a mesma: «Já não há vagas».
Mas a médica é «muito boa», garante a septuagenária: «passa as receitas sem data e não preciso de vir cá tantas vezes», contínua D. Maria, para explicar logo de seguida que já lhe tiraram um peito e agora espera que lhe tirem o outro. Antes da hora marcada, as colunas dizem o seu nome. A consulta é interrompida várias vezes por colegas que entram de rompante no consultório a perguntar como correram as férias da médica.
Vinte minutos depois, D. Maria sai e volta para o balcão de atendimento do centro de saúde. Nas mãos, um molho interminável de receitas para carimbar. À sua frente, o caos de velhos, velhas e algumas mães, à procura das senhas numeradas de atendimento que entretanto se esgotaram.
Pergunta do dia
Porque é que nenhum português pode ser prejudicado pela «condição económica» no «acesso à justiça»?

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Pergunta do dia
Porque defende a Constituição Portuguesa uma «sociedade socialista»?

terça-feira, dezembro 13, 2005

Obrigado Triunfo

Triunfo lembra-me bolachas. Triumph lembra-me mulheres. Não que perceba muito de marcas de roupa interior. Mas esta - a Triunfo inglesa - não esqueço nunca.
Tudo começou num belo dia de sol ou chuva - sinceramente, não sei. Conduzia em direcção à A1, na zona em que esta se cruza com a Segunda Circular. À minha direita, num cartaz espetado na fachada de um edifício cinzento e feio, evidenciava-se uma forma redonda com um minúsculo fio vermelho pelo meio. Mais tarde, descobri que se chamava Isabel Figueira.
A partir desse dia, as viagens Segunda Circular-A1 e A1-Segunda Circular foram mais agradáveis. Com ou sem a companhia feminina no banco do lado, não resistia: pelo canto do olho, olhava sempre.
Num triste dia, o anúncio desapareceu. No seu lugar, um tradicional cartaz para vender roupa feminina.
Há umas semanas, o fio vermelho e a proprietária original voltaram à fachada daquele prédio feio. Mas a Triumph não se ficou por aqui. Numa época fria, longe do Verão quente que enche as ruas de publicidade com "voluptuosos" bikinis, a empresa de roupa interior inundou as estações de metro e comboio com uma belíssima loura vestida com pequenos adereços da marca. "Sexy, especial Natal", diz o anúncio. Um verdadeiro serviço público num país marcado por mulheres demasiadas vezes feias.

PS. Política, bola e algumas histórias soltas. A partir de hoje o "Para não estar calado" tem de passar a falar regularmente daquela que é, provavelmente, a melhor coisa do Mundo: "beleza feminina". Sublinho, não disse "mulheres".
Pergunta do dia
Porque é que um Presidente da República tem de ter mais de 35 anos?

segunda-feira, dezembro 12, 2005

A gravata

O que faz um político que não quer ser igual aos outros? Em primeiro lugar, escolhe (ou funda) um partido a que não chama "Partido". Em Portugal, o mais conhecido chama-se Bloco. No dia-a-dia, não usa gravata.
Pessoalmente, detesto gravatas. Julgo que apenas usei esse adereço da moda masculina por uma vez.
O dicionário descreve-a como uma tira de tecido, estreita e longa, que se usa em torno do pescoço e que é presa por um laço ou nó na parte da frente. As livrarias e a internet estão cheias de livros e páginas com as 85 (ou mais) formas de dar o famoso nó (aqui ou aqui).
Hoje, as gravatas serão usadas por cerca de 600 milhões de homens. Tudo começou no século XVII quando um rei de Inglaterra levou para as ilhas britânicas a moda do lenço ao pescoço que tinha visto entre o exército francês (mais pormenores, aqui). Ajudada pelo frio e por aquecer o pescoço, a gravata espalhou-se pela Europa. Na prática, hoje, estes "nós de pescoço" – necktie, como uma forca – não servem objectivamente para nada. No Japão, os gestores já tentam abulir o adereço da moda masculina para poupar energia.
Neste país à beira-mar plantado, chamado Portugal, onde o frio não é a imagem de marca, a gravata reina nos pescoços e proeminentes barrigas das figuras públicas. Apresentadores de televisão, comentadores de futebol, empresários ou políticos. Dificilmente alguém foge à "ditadura" do nó.
Os políticos do Bloco de Esquerda são a excepção. E Francisco Louçã o seu exemplo máximo. No Parlamento ou nos debates presidenciais, não me lembro de alguma vez ter visto um bloquista com um nó ao pescoço. Pode ter fato. Mas gravata nunca. Começa a parecer demasiado forçado...

sexta-feira, dezembro 09, 2005

RTP Memória

Minuto 69. "Depois de indicação do seleccionador, um jogador angolano cai no relvado". Assim acabou o último Portugal-Angola, realizado no velho Estádio de Alvalade em Novembro de 2001. Com apenas sete jogadores e as substituições esgotadas, uma lesão implicava o final do encontro. E como se adivinhava desde o magote de substituições aos 51 minutos, a «lesão» (simulada) aconteceu.
Portugal ganhou 5-1. Mas o jogo começou logo quente e marcado por uma expulsão de um jogador da equipa africana aos 16 minutos. Revoltados com a arbitragem num jogo contra a antiga potência colonial, os jogadores angolanos e a vasta comunidade imigrante daquele país, que enchia as bancadas, perderam a cabeça. As expulsões sucederam-se.
No final antecipado, os animadores aconselham os espectadores a não se dirigirem ao metro do Campo Grande devido a incidentes no exterior do estádio, que obrigaram a intervenção policial.
Em Junho do próximo ano, Portugal joga com Angola no primeiro jogo de ambas as equipas na Alemanha. A equipa africana estreia-se no maior torneio do futebol do Mundo.

Ainda os (não) debates

Mais dois debates, mais dois bocejos. A vontade de dormir não foi tanta como no Cavaco vs Alegre ou Soares vs Jerónimo. Mesmo assim, o Cavaco vs Louçã continuou longe daquilo que se podia esperar de um debate entre dois políticos (e economistas) em pólos ideológicos completamente opostos. Como já disse aqui, a culpa é sobretudo do formato destes debates/entrevistas paralelas. Espero que alguém quebre as regras. Alguém reparou nos metros que separavam Cavaco Silva e Francisco Louçã?

Alemanha 2006

Com tanta equipa boa no Mundial, Portugal vai encontrar pela frente o México, o Irão e Angola nos relvados da Alemanha no próximo Verão. Era difícil ter um grupo mais fácil do que aquele que em 2002 deixou a equipa lusa de fora à primeira. Para quem não se lembra: Coreia do Sul, Polónia e EUA.
Esperemos que os jogadores portugueses não voltem a ter a mania que são estrelas. Caso contrário, para a próxima quero que a selecção tenha como companhia o Brasil, a França e a Itália.

Grupo A: Alemanha, Equador, Polónia, Costa Rica.
Grupo B: Inglaterra, Paraguai, Trinidad e Tobago e Suécia
Grupo C: Argentina, Costa do Marfim, Sérvia e Montenegro e Holanda
Grupo D: México, Irão, Angola e Portugal
Grupo E: Itália, Gana, Estados Unidos e República Checa
Grupo F: Brasil, Croácia, Austrália e Japão
Grupo G: França, Suíça, Coreia do Sul e Togo
Grupo H: Espanha, Tunísia, Ucrânia, Arábia Saudita

Juventude

E já que estamos numa de música, aqui fica o vídeo da Rita Guerra a cantar os parabéns aos 81 anos de Mário Soares (aqui), numa festa que a candidatura garante ter ficado marcada por um "ambiente jovem".

Atenção

Nova música estúpida da semana!!! A proposta foi do Zé Pedro e pode ser ouvida na barra da esquerda deste blog.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Frase do dia

"Ter 81 anos é como ter 18. Só tenho os números ao contrário."

Mário Soares, candidato a Presidente da República, na festa das suas oitenta e uma primaveras, com os parabéns a serem cantados pela Rita Guerra

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Milagre!!!

Quais eusébios, colunas ou josé águas. Os verdadeiros heróis do Benfica chamam-se: Quim; Alcides, Luisão, Anderson, Léo; Petit, Beto, Nélson, Nuno Assis; Geovanni, Nuno Gomes. Mantorras, Ricardo Rocha e João Pereira (este último é muito mau, mas também tem direito ao nome neste blog).

Recordando a equipa do Manchester United: Van der Sar; Neville, Ferdinand, Silvestre e O'Shea; Alan Smith, Scholes, Giggs e Cristiano Ronaldo; Rooney e Van Nistelrooy (só o ordenado de um pagava a equipa toda da Luz).

Deve ser isto que o adepto de um clube da segunda liga sente quando ganha ao campeão.
(em homenagem ao Benfica, durante uma semana o Cabalar será vermelho)

Rezemos, irmãos

Hoje é dia de sonhar e esperar pelo milagre que às vezes o futebol tem a graça divina de nos conceder.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Problemas

Quase um quarto dos portugueses sofre de algum tipo de disfunção sexual masculina, num total de 841 mil homens. Assim o garante um estudo da Sociedade Portuguesa de Andrologia (SPA), com o apoio dos Laboratórios Pfizer - interessada em vender Viagra.
Dentro destas «disfunções», os especialistas apontam: problemas de erecção, problemas de ejaculação e diminuição do desejo sexual - situação que atinge 547 mil portugueses, sobretudo à medida que a idade aumenta. Em relação à ejaculação, a principal dificuldade é a ejaculação prematura.
Eu sei que é estranho um homem (que é mesmo homem) não ter vontade de «dar uma». A qualquer hora e em qualquer lugar - geográfico, entendamo-nos, pois não estou a falar de qualquer buraco.
Mas desde quando é doença ter vontade a mais (ejaculação precoce) ou a menos? Sobretudo quando se tem mais de 60 anos... Para máquinas, comprem um vibrador.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Alegre vs Cavaco, o debate?

Entrevistas: Os canais de televisão chamam àquilo "debates". Mas os candidatos não se podem interromper e têm o tempo controlado ao segundo. As emoções e espontaneadade de outros tempos perderam-se. Sobram duas entrevistas, paralelas, em que, pergunta sim, pergunta não, o político responde a algo que muitas vezes nada tem a ver com o que foi questionado ao entrevistado do lado. Sobram as replicas quando algum deles se digna a contestar o que o vizinho disse. No meio de tantas regras e cuidados, dificilmente alguém sai vencedor. O Alegre vs Cavaco não foi excepção. Ganhou Cavaco, que está na pole-position com 40% de avanço. Alegre contenta-se com a segunda posição. Esperemos para ver se os irreverentes Soares, Jerónimo ou Louçã se libertam da ditadura dos debates.

Consensos - Cavaco e Soares. Um de direita, outro de esquerda. Um economista, outro poeta. Na essência, pelo debate de hoje, as diferenças não parecem ser muitas. As que existiram foram mínimas e estiveram sobretudo no estilo. O professor diz que não vê só números. Mas a conversa escorrega-lhe sempre para as finanças e economia. O escritor traz temas para a campanha pouco comuns em Portugal: mulheres e uma estranha palavra Pátria. Ambos, à esquerda e à direita, fogem dos partidos como o diabo da cruz.

Sampaio - Talvez por ainda ser o Presidente de todos os portugueses, bem visto nas sondagens (ao contrário dos partidos), dificilmente algum candidato diz «não» a uma decisão de Jorge Sampaio. Perante as perguntas sobre se agiria como o actual chefe de Estado, Cavaco diz que sim (a nomeação de Santana Lopes para primeiro-ministro) ou foge à questão (dissolução do Parlamento e GNR no Iraque). Alegre, que até é socialista e nunca perdeu uma eleição presidencial para Sampaio, ainda discorda da intervenção no Médio Oriente.

domingo, dezembro 04, 2005

?

Mário Soares recusou falar sobre a substituição do Procurador-Geral da República. Cavaco Silva não responde a uma série de perguntas dos jornalistas. Manuel Alegre não foi votar o Orçamento de Estado porque era um documento fundamental para o Governo, de quem quer ser independente caso seja eleito.
A razão é sempre a mesma: há um Presidente em funções que os candidatos não querem desrespeitar – por dizerem o que pensam... Ou, fazendo futurismo, não devem falar sobre decisões que tenham de tomar nos próximos anos se chegarem ao Palácio de Belém.
A 22 de Janeiro, os portugueses podem votar em pontos de interrogação.

sábado, dezembro 03, 2005

«O sexo» na campanha (Parte II)

"Cavaco Silva não quer ter relações com os líderes do PSD."
Mário Soares, candidato presidencial
«Portugal é o maior emissor de gases com efeito de estufa da União Europeia», garantem as notícias. É tão bom sermos os maiores em algo.

«Praticar o sexo», na campanha eleitoral

No dia em que se soube que 45 deputados (além de Manuel Alegre) faltaram à votação do documento mais importante para as finanças portuguesas – o Orçamento de Estado, aqui –, Mário Soares disse:

«Os jovens têm que se habituar a praticar o sexo com segurança».

A frase sobre «o sexo» foi proferida na apresentação do MP3 (Movimento de Apoio Jovem à Candidatura de Mário Soares).
O site do MP3 merece uma visita atenta. O jovem interessado (e burro, suponho eu pela conversa), poderá ficar a saber:

1 - «Não há 2 sem 3.»
e
2 - «Ser Presidente não é ser primeiro-ministro.»

O Cartoon, que não resisto a reproduzir, é particularmente interessante – e irrealista.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Tentativa de resposta à minha mãe (aqui)

Não. Manuel Alegre faltou às votações do Orçamento de Estado. Não tem posto os pés na Assembleia da República, nem abdicou do mandato de deputado. Mas continua a receber ordenado e ninguém lhe descontará os dias.
O artigo 23º do Estatuto dos parlamentares é claro. «Ao deputado que falte a qualquer reunião plenária sem motivo justificado, é descontado um vigésimo do vencimento mensal, pelas primeira, segunda e terceira faltas, e um décimo pelas subsequentes, até ao limite das faltas que determine a perda de mandato».
Não encontrei nenhum artigo que explique com quantas faltas um deputado perde o mandato. No entanto, no caso de Manuel Alegre essa hipótese não se coloca.
A não presença no Parlamento está justificada pelo artigo 8º do mesmo Estatuto, em que se considera motivo para faltar «o trabalho político».

Negócios

É sempre bom olhar para a televisão e ver o Ministro da Saúde como principal (e único) convidado de um programa de uma hora chamado Negócios da Semana.

Mais certezas

«Os votos não são meus».

«A eleição é sempre difícil, pela simples razão de que ainda não há votos contados.»

«Tenho a certeza que haverá segunda volta.»

Francisco Louçã, candidato presidencial que repete constantemente que ninguém é «dono dos votos dos portugueses». Ao menos não tem a certeza que ganhará as eleições. Mas afirma que pode chegar à segunda volta.

Apostas

Portugal comemora hoje 365 anos de restauração da independência. E se ainda fossemos espanhóis? Estávamos melhor ou pior? Aceitam-se apostas.