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quinta-feira, novembro 10, 2005

Mães electrónicas

Há (muitas) coisas que nos deixam de boca aberta. Eu surpreendo-me com facilidade. Há meia hora, voltou a acontecer.
Completamente por acaso, neste mundo fechado mas interminável que é a Internet, fui parar a um blog chamado À espera de ser mamã. Comecei a ver as imagens e ler os textos.
Cristina tem 30 anos. Em 2004 teve um aborto devido àquilo a que acredita ser um médico incompetente. Desde Abril que tem um blog onde relata, como explica no texto inicial, o "diário" da sua "futura gravidez".
Depois de meia dúzia de tratamentos médicos e várias tentativas com o marido, "finalmente" um espermatozóide perfurou um óvulo com sucesso. Cristina tem hoje uma gravidez de risco que continua a relatar na Internet: consultas em hospitais públicos, fotos da barriga, enjoos e imagens das ecografias. Quase tudo pode ser encontrado no blog. Até um contador com o tempo que falta para o nascimento.

Mas a surpresa não ficou por aqui. "É um bocado estranha a ideia, mas tem piada. E deve ser única", pensei. Não é, e insere-se numa comunidade que já tem alguma dimensão em Portugal e no Mundo.
Inclui portuguesas a tentar engravidar, que já engravidaram ou que já são mães e agora relatam os primeiros meses (às vezes anos) do filho e das experiências que têm com ele.
Sonho ser mamã, A Ervilha, Um dia de cada vez, Em busca do nosso bebé ou À espera da cegonha, são algumas das dezenas de exemplos que se encontram nos links de muitos outros blogs.
Histórias dramáticas ou não, de quem quer ter um filho e não consegue ou que sabe que para tê-lo terá de ir à faca - vulgo, cesariana.