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quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Fugas e casamentos

Gosto do "24 horas". Nunca será um jornal que leio diariamente, mas é um pasquim simpático, que consegue abordar os temas do dia-a-dia de uma forma diferente. Uns gostam, outros não. Os jornais nasceram para ser vendidos e não para ir à falência. Cada um escolhe o seu caminho (ou público) para o conseguir.
Ontem, o "24 horas" foi alvo de buscas da Polícia Judiciária. Tudo porque há um mês publicou uma história que apenas serviu para mostrar que o Ministério Público e os tribunais não percebem nada de computadores. No meio de uma lista interminável de telefones e contactos feitos (não escutas), havia números daquilo a que a população comum chamaria de «poderosos». Entre eles, a «vaca sagrada» da República: o seu Presidente.
Todos os dias existem fugas no segredo de justiça e em casos bastante mais graves, que podem pôr em causa o sucesso das investigações. E ninguém se preocupa. Este caso, que apenas pode pôr em causa o casamento de algum detentor de um alto cargo político apanhado pela mulher a telefonar para a amante, acabou com umas inéditas buscas à redacção de um jornal. A liberdade de imprensa agradece.