O saco
Deitei-me tarde, acordei tarde, almocei tarde, saí de casa tarde. Desço a avenida para apanhar o comboio. Tudo normal.
Uma quantidade anormal de gente no passeio altera a rotina. Contínuo a andar. Vejo um carro de polícia e os agentes da autoridade a tomar café. Mantenho a velocidade e passo pelo molho humano. Olho para a porta de um prédio e vejo um saco: grande, esticado e totalmente branco. Lembro-me das fotos do tsunami no Índico e das bombas em Londres e Madrid.
O que aconteceu exactamente, não sei. Nem tentei saber. Continuei o caminho, apesar de ficar curioso se era homem, mulher; velho, novo; ou porque morreu num passeio à porta de um prédio. Mas pouco importa. Na prática, resumimo-nos todos a isto: um saco.
PS. Soube mais tarde que o homem (ou mulher) ficou ali quatro horas.
Uma quantidade anormal de gente no passeio altera a rotina. Contínuo a andar. Vejo um carro de polícia e os agentes da autoridade a tomar café. Mantenho a velocidade e passo pelo molho humano. Olho para a porta de um prédio e vejo um saco: grande, esticado e totalmente branco. Lembro-me das fotos do tsunami no Índico e das bombas em Londres e Madrid.
O que aconteceu exactamente, não sei. Nem tentei saber. Continuei o caminho, apesar de ficar curioso se era homem, mulher; velho, novo; ou porque morreu num passeio à porta de um prédio. Mas pouco importa. Na prática, resumimo-nos todos a isto: um saco.
PS. Soube mais tarde que o homem (ou mulher) ficou ali quatro horas.
1 Comments:
Vá lá que aindda estava no saco... sei de muitos casos em que as pessoas ficaram só com um lençol por cima várias horas... e isto na via pública, nas estradas ou na linha do comboio.
Os gajos da medicina legal não devem fazer horas extras...
tá visto!
Abraço amigo Guedes.
CM
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