mp

sábado, janeiro 05, 2008

(4)

O cansaço estava lá, mas o sono não chegava. Fechava os olhos, mas o "off" total de quem dorme, em que a ´máquina` desliga e durante umas horas não parece estar cá (neste mundo), estava longe.
Abria e voltava a fechar os olhos. Mudava de posição e procurava esconder o frio, que as portas, paredes ou janelas de casa travaram até aí em todas as noites da sua vida. Sem lençóis ou cobertores a tapá-lo, o vento entrava por todos os lados. Tinha sono, mas o vento fraco e imperceptível para o homem comum entrava-lhe pelas mangas e gola da camisa. Nas calças, o frio chegava por baixo. As meias eram longas, mas pouco para quem se deita no meio do nada.
Sem relógio para contar, passou muito tempo assim: sem sucesso, a esconder-se do frio e tentar dormir.
Pela cabeça passava-lhe tudo... e continuou a passar.
Sem o esperar, e como nas noites em que andava às voltas na cama com preocupações estúpidas do dia-a-dia, o cérebro ´desligou`. Finalmente, dormiu, mas por pouco tempo.