Riga e Vilnius
Numa terra praticamente sem comboios, onde todo o alcatrao parece estar a ser trocado e onde nao existem auto-estradas, voltei, 10 anos depois da ultima viagem do genero, a ter de andar de camioneta. Desta vez para sair da capital da Estonia. Trezentos quilometros, seis horas a olhar para uma janela e muitas garrafas de cerveza e vodka depois bebidas por dois dos meus vizinhos da frente (ja completamente bebados), cheguei a Riga.
Depois de Talin, esperava encontrar algo semelhante. "A Estonia e a Letonia sao paises vizinhos. Os nomes ate acabam da mesma forma e ambas as capitais estao perto do mar", pensei eu. Enganei-me.
Os edificios grandes, cinzentos ou praticamente a cair aos pedacos a volta da cidade, como se a segunda guerra mundial tivesse sido ha dois dias. Os vagabundos a vasculhar os caixotes e os pedintes na rua. A cara desconfiada das pessoas com quem me cruzava e que nunca falavam ingles. As abundantes casas de strip com um tipo que parecia sempre um chulo ou um membro da Mafia russa a porta a convidar tudo o que era homem para entrar. E ate os miudos com cartazes ao pescoco a anunciar o local onde se podia encontrar uma mulher a despir-se por perto.
Tudo isso me fez sentir que estava, finalmente, numa terra que ha 15 anos se chamava Uniao Sovietica, e que em Talin apenas tinha visto numa moeda com a cara do Lenine que tinha comprado a uma velhota que na rua vendia recordacoes do passado comunista.
Depois do choque inicial de chegar a uma cidade "diferente" daquilo que tinha visto ate aqui, comecei a habituar-me. Na tarde em que cheguei, vi tudo o que (arquitectonicamente) havia para ver. Na manha seguinte, ja tinha passado varias vezes pelas mesmas ruas e pracas. Mas a segunda-feira trouxe mais gente para as ruas e tornou a cidade mais interessante. Os homens com ar de chulos desapareceram ou perderam-se na multidao. As mulheres pareciam tao bonitas como em Talin. Os musicos das esquinas e as velhotas que ao som de um radio dancavam para reunir uns trocos, animavam as ruas. Restava-me esperar pela camioneta da noite para a Polonia, aproveitar o bom tempo para apreciar melhor a cidade e os precos baratos de uma terra onde um bolo custa 25 centimos.
Mas nao gosto de estar parado. E estava com vontade de passar pela capital da Lituania, que tinha quase a certeza que conseguia ver em meia-duzia de horas como aqui.
Vou, nao vou... vou, nao vou... à ultima da hora decidi ir mesmo. Guardei umas moedas para recordar e gastei as outras numa porcaria qualquer. O homem que que me vendeu o bilhete da empresa de autocarros encarregou-se de por o ultimo postal da terra no correio. às 13 horas sai de Riga. Pouco depois das 18, estaria em Vilnius, onde me esperava uma nova camioneta uma hora antes da meia-noite. Cinco horas para ver a cidade.
Trezentos quilometros e muitos solavancos nas estradas em obras depois, cheguei a Vilnius. Sem informacoes turisticas, sem saber nada do que ver na cidade e sem gente que falasse ingles, demorei uma hora para encontrar um sitio onde estacionar a mala. Mais meia para encontrar alguem que no meio do seu lituano percebe-se que queria um mapa da terra. Sobravam tres horas e meia.
Trinta minutos depois, percebi onde estava geograficamente e o que tinha de andar para ver o minimo da capital da Lituania, que fora do centro tambem me fazia sentir estar na ex-Uniao Sovietica.
Numa terra onde os sinais para os peoes sao como os dos carros (sem homenzinho verde ou vermelho, de pernas abertas ou fechadas), duas horas acabaram por ser suficientes para ver Vilnius. Os edificios principais (que eram poucos), quase todas as suas 22 igrejas, os seus pedintes, uma anormal quantidade de carros modificados e o maior numero de limusines que encontrei em tao pouco espaco de tempo.
Depois de Talin, esperava encontrar algo semelhante. "A Estonia e a Letonia sao paises vizinhos. Os nomes ate acabam da mesma forma e ambas as capitais estao perto do mar", pensei eu. Enganei-me.
Os edificios grandes, cinzentos ou praticamente a cair aos pedacos a volta da cidade, como se a segunda guerra mundial tivesse sido ha dois dias. Os vagabundos a vasculhar os caixotes e os pedintes na rua. A cara desconfiada das pessoas com quem me cruzava e que nunca falavam ingles. As abundantes casas de strip com um tipo que parecia sempre um chulo ou um membro da Mafia russa a porta a convidar tudo o que era homem para entrar. E ate os miudos com cartazes ao pescoco a anunciar o local onde se podia encontrar uma mulher a despir-se por perto.
Tudo isso me fez sentir que estava, finalmente, numa terra que ha 15 anos se chamava Uniao Sovietica, e que em Talin apenas tinha visto numa moeda com a cara do Lenine que tinha comprado a uma velhota que na rua vendia recordacoes do passado comunista.
Depois do choque inicial de chegar a uma cidade "diferente" daquilo que tinha visto ate aqui, comecei a habituar-me. Na tarde em que cheguei, vi tudo o que (arquitectonicamente) havia para ver. Na manha seguinte, ja tinha passado varias vezes pelas mesmas ruas e pracas. Mas a segunda-feira trouxe mais gente para as ruas e tornou a cidade mais interessante. Os homens com ar de chulos desapareceram ou perderam-se na multidao. As mulheres pareciam tao bonitas como em Talin. Os musicos das esquinas e as velhotas que ao som de um radio dancavam para reunir uns trocos, animavam as ruas. Restava-me esperar pela camioneta da noite para a Polonia, aproveitar o bom tempo para apreciar melhor a cidade e os precos baratos de uma terra onde um bolo custa 25 centimos.
Mas nao gosto de estar parado. E estava com vontade de passar pela capital da Lituania, que tinha quase a certeza que conseguia ver em meia-duzia de horas como aqui.
Vou, nao vou... vou, nao vou... à ultima da hora decidi ir mesmo. Guardei umas moedas para recordar e gastei as outras numa porcaria qualquer. O homem que que me vendeu o bilhete da empresa de autocarros encarregou-se de por o ultimo postal da terra no correio. às 13 horas sai de Riga. Pouco depois das 18, estaria em Vilnius, onde me esperava uma nova camioneta uma hora antes da meia-noite. Cinco horas para ver a cidade.
Trezentos quilometros e muitos solavancos nas estradas em obras depois, cheguei a Vilnius. Sem informacoes turisticas, sem saber nada do que ver na cidade e sem gente que falasse ingles, demorei uma hora para encontrar um sitio onde estacionar a mala. Mais meia para encontrar alguem que no meio do seu lituano percebe-se que queria um mapa da terra. Sobravam tres horas e meia.
Trinta minutos depois, percebi onde estava geograficamente e o que tinha de andar para ver o minimo da capital da Lituania, que fora do centro tambem me fazia sentir estar na ex-Uniao Sovietica.
Numa terra onde os sinais para os peoes sao como os dos carros (sem homenzinho verde ou vermelho, de pernas abertas ou fechadas), duas horas acabaram por ser suficientes para ver Vilnius. Os edificios principais (que eram poucos), quase todas as suas 22 igrejas, os seus pedintes, uma anormal quantidade de carros modificados e o maior numero de limusines que encontrei em tao pouco espaco de tempo.
4 Comments:
Pronto...é desta! Guedes, se decidires ficar por aí e não voltares diz qualquer coisa, hã?
Sim senhôre... Afinal o rapaz tem mesmo jeito para escrever! :)
Lamento é infotmar-te k os teus dotes de adivinhacão não estão ao mesmo nível.
Já estou há alguns dias em Turku e volto para a Tuga Land já no Sábado. Quem me dera ainda voltar a Praga e Bratislava, embora a cada dia que passe o fascínio do puro turismo seja cada vez menor (Australianos há uns anos em Budapeste conheci-os ao pontapé e sabes, talvez eles é k tenham razão :D)
não podemos, como eles, tirar 6meses de sabática e viajar pelo mundo a conhecer pessoas, costumes e lugares, mas temos os nossos inter-railzitos para não perdermos o sabor da vida.
Além disso, já viajei outra vez em 1a classe e ninguém levantou a voz! ;)
1Abr e continua a pensar na vida
Por mim, ficava mesmo fora do pais. Nao nos paises balticos, mas noutro sitio tipo Noruega, Suecia, Belgica, Paris, Londres ou EUA. Para ja, nao vejo como colocar essa vontade em pratica, mas vou investigar...
Nao queria, mas quinta/feira tenho mesmo de estar em Lisboa.
Quando voltar, meto no blog mais alguns textos que ja pus no papel com curiosidades que encontrei fora de Portugal.
Ate la, dificilmente terei possibilidade e tempo de o fazer...
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