Fábrica de matar gente
O maior cemitério do Mundo não tem urnas. Nem placas com fotos, nomes ou datas de nascimento e morte daqueles que, afinal, nem estão enterrados.
Chamar campo de concentração ao mega-complexo de Auschwitz é pouco. Prefiro chamar-lhe “fábrica para matar gente”, de forma organizada e meticulosa.
Ninguém sabe bem quantos morreram em Auschwitz – nome alemão para uma terra polaca chamada Oswiecim. Estima-se que o número rondará os 1,5 milhões. A maioria, nem chegou a dormir uma noite numa das centenas de barracas dos vários campos de concentração da zona que eram sobretudo campos da morte. Chegavam e iam logo “tomar banho”. Os vários crematórios ficavam logo ao lado de uma das várias câmaras de gás. Prático, rápido e barato, como se exige a qualquer fábrica eficiente.
Entre os turistas, alguns resistem ao dilema moral de tirar uma foto ao lado do maior cemitério mundial. Outros sorriem para a objectiva. Pelo meio, poderão ver, entre outros factos interessantes (e horríveis), quatro toneladas de cabelo cortado às vítimas femininas para vender nas fábricas têxteis. Óculos, sapatos, escovas, malas ou roupa, tudo era aproveitado.
Mas visto de fora, o campo de concentração principal de Auschwitz, até parece um sítio “simpático” para viver. Com relva, edifícios de tijolo e uma sensação de segurança transmitida pelas várias barreiras de arame farpado à volta. Ninguém entra, mas também ninguém sai. Birkenau, a três quilómetros de distância, é bem mais impressionante.
Imaginem-se no meio de um deserto. Com um caminho-de-ferro pelo meio e centenas de grandes barracões aparentemente para cavalos a perder de vista. Ao todo, um tamanho que daria para receber 150 campos de futebol. Estão em Birkenau.
Para quem chega ao fim da tarde a esta fábrica de matar gente e percorre o campo de concentração já com a noite no céu, sem luz em qualquer uma das lâmpadas que antes estariam acesas para prevenir fugas, quase que se sente os soldados nas plataformas de vigia ou algum dos seus cem mil prisioneiros a murmurar nas barracas.
Para muitos turistas, só faltam as pipocas à porta.
Chamar campo de concentração ao mega-complexo de Auschwitz é pouco. Prefiro chamar-lhe “fábrica para matar gente”, de forma organizada e meticulosa.
Ninguém sabe bem quantos morreram em Auschwitz – nome alemão para uma terra polaca chamada Oswiecim. Estima-se que o número rondará os 1,5 milhões. A maioria, nem chegou a dormir uma noite numa das centenas de barracas dos vários campos de concentração da zona que eram sobretudo campos da morte. Chegavam e iam logo “tomar banho”. Os vários crematórios ficavam logo ao lado de uma das várias câmaras de gás. Prático, rápido e barato, como se exige a qualquer fábrica eficiente.
Entre os turistas, alguns resistem ao dilema moral de tirar uma foto ao lado do maior cemitério mundial. Outros sorriem para a objectiva. Pelo meio, poderão ver, entre outros factos interessantes (e horríveis), quatro toneladas de cabelo cortado às vítimas femininas para vender nas fábricas têxteis. Óculos, sapatos, escovas, malas ou roupa, tudo era aproveitado.
Mas visto de fora, o campo de concentração principal de Auschwitz, até parece um sítio “simpático” para viver. Com relva, edifícios de tijolo e uma sensação de segurança transmitida pelas várias barreiras de arame farpado à volta. Ninguém entra, mas também ninguém sai. Birkenau, a três quilómetros de distância, é bem mais impressionante.
Imaginem-se no meio de um deserto. Com um caminho-de-ferro pelo meio e centenas de grandes barracões aparentemente para cavalos a perder de vista. Ao todo, um tamanho que daria para receber 150 campos de futebol. Estão em Birkenau.
Para quem chega ao fim da tarde a esta fábrica de matar gente e percorre o campo de concentração já com a noite no céu, sem luz em qualquer uma das lâmpadas que antes estariam acesas para prevenir fugas, quase que se sente os soldados nas plataformas de vigia ou algum dos seus cem mil prisioneiros a murmurar nas barracas.
Para muitos turistas, só faltam as pipocas à porta.
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