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sexta-feira, outubro 14, 2005

Papel em Praga

Por norma, aceito todos os papéis que me dão na rua. Gosto de ler tudo, mesmo que não perceba uma palavra do que está lá escrito, sejam anúncios a excursões a algo desinteressante, bruxas, créditos ou algo para aumentar a potência sexual. Em Praga, tive que esquecer esse “vício”.
A cidade é fantástica. Mas está cheia de turistas. E as ruas estão recheadas, de cinco em cinco de metros, de alguém a tentar apenas livrar-se do molho de papéis que tem na mão. Para não sair da capital da República Checa vergado pelo peso de quilos de papéis na mão ou com a consciência pesada de os ter largado para o chão, passei a recusá-los, tal como quase todas as pessoas que passavam na rua, criando assim uma segunda fase no processo comercial, que já não passa apenas por convencer o cliente a comprar algo, mas também a aceitar um papel a anunciar o que quer que seja.